quarta-feira, 3 de abril de 2013

Artigo - Pr. Marco Feliciano X Estado Laico

Nesses últimos dias está havendo uma massa incessante de comentários e protesto a respeito do Pr.  Marco Feliciano, que é o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da  Câmara dos Deputados do Brasil.

Vendo o teor das críticas e protestos e a quantidade colossal dos mesmos vejo que grande parte da  população brasileira está realmente insatisfeita com o novo pastor comissário. Também vejo muitos  xingamentos e protestos, sendo que desta forma decidi fazer este texto opinativo sobre o assunto, já  que boa parte do que vejo é apenas humor crítico.

Desde já, quero salientar que não estou fazendo esse escrito por uma possível intolerância religiosa, pois não sou intolerante. Ou por querer heroicamente defender as minorias. Apenas desejo expressar o meu pensamento sobre o assunto. Desta forma, quero primeiramente ressaltar que o estado é, ou ao menos deveria ser Laico, isto quer dizer que não deve estar sujeito a ideias ou crenças religiosas, e que as mesmas não devem interferir na liberdade do cidadão já que este ultimo é livre para escolher seu segmento religioso/espiritual. Claro que, pastores e quaisquer outros religiosos podem sim presidir órgãos públicos de diferentes naturezas desde que não interfiram na liberdade religiosa, e moral de cada um, o que é extremamente complicado. 

Já presidir uma comissão de Direitos humanos é uma tarefa mais complicada ainda, principalmente  para as massas religiosas tradicionais, envoltas a tantas regras morais como o Cristianismo. Eis onde  entra o grande problema. É indiscutível o fato do cristianismo em termos gerais ser muito conservador em relação ao homossexualismo, liberdade religiosa, dentre outros. Só pra constar como base, uma religião que dizimou milhares de pessoas na Idade Média (Santa  Inquisição) por não seguirem seus preceitos e normas morais não é muito confiável à tratar de  assuntos como Intolerância Religiosa e Liberdade Sexual.

Na verdade o problema da entrada de um religioso seja de qualquer ideologia, em um órgão público, é o fato do mesmo tentar implantar suas ideias, desta forma podendo facilmente quebrar a premissa de  estado laico. Embora existam alguns deles que conseguem dificilmente se abster da religião e tratar de  diversos assuntos sem o véu religioso.

Entretanto os maiores problemas do Pr. Feliciano são as acusações de verdadeiros atentados aos Direitos Humanos (Olha a contradição!) como crimes de Homofobia e Racismo. Sendo que na sua conta do twitter ele postou dois pequenos textos de extrema intolerância, julgando ser inspirados na palavra de deus. (Fotos abaixo).

Além disso, o pastor é contra o movimento feminista, sendo que durante uma entrevista para o livro  ''Religiões e política; uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das  mulheres e LGBTs no Brasil'', o pastor Feliciano afirmou ser contrário às revindicações do feminismo  porque ''Elas podem tornar a sociedade majoritariamente homossexual''.

O feminismo na verdade é um movimento social que prega basicamente que o homem e a mulher  devem ter direitos iguais sem opressões e estigma. Mas como a Bíblia, livro arcaico e repleto de barbaridades sempre pregou a superioridade masculina  que até hoje reverberam em nossa sociedade, o referido ''Defensor dos direitos Humanos'' vai paradoxalmente contra.

Então resumindo, o presidente da nossa comissão de direitos humanos é contra o  Homossexualismo, Racista, e contra o movimento feminista. Pois é, vivemos em um estado laico onde um pastor preside a comissão de direitos humanos e impõe ideias retrógradas da bíblia para a nossa nação, pregando as regras morais Bíblicas e esquecendo do amor que o tal do Jesus Cristo pregava. Contraditório? Pois é, mas infelizmente nosso País é assim.





# O autor é estudante, nascido em Brasília, mas reside no município de Icó desde criança. Defende as ideias da Sociedade Alternativa, é muito conhecido no Facebook e de vez em quando escreve para este Blog na qualidade de articulista. O texto acima expressa a opinião do jovem Carlos Dias, assunto inclusive debatido bastante nas redes sociais, na revistas de circulação nacional e na chamada "grande imprensa".