segunda-feira, 11 de junho de 2012

"Tiradas do Baú"


Que José Walfrido Monteiro foi um grande homem público, todos nós já sabemos. Aliás, foi um excelente prefeito de Icó [ainda guardado na lembrança de muitos icoenses] e um deputado estadual [duas vezes] guerreiro e combativo, além de um ótimo orador.

Na época do governo do ex-governador Gonzaga Mota, José Walfrido Monteiro era um dos nomes fortes daquela administração, como bem conta o jornalista J. Ciro Saraiva, em seu livro "No Tempo dos Coronéis - Crônicas e Episódios da Política Cearense".

Em um dos momentos do livro, o autor publica uma entrevista "ping-pong" com o próprio ex-governador Gonzaga Mota, mais conhecido por Totó. Lá, observe o que o ex-mandatário do Palácio da Abolição fala sobre o nosso José Walfrido Monteiro, um dos protagonistas da enquete realizada neste Blog e intitulada "Querm é o maior icoense de todos os tempos?".

Veja!

A parte da entrevista é sobre o rompimento de Gonzaga Mota com o também ex-governador Cel. Virgílio Távora, o que ele nega veementemente. O escritor pergunta: 

"- Governador, depois de assumir, o senhor, pressionado pelo deputado Zé Walfrido e um grupo de deputados...

- (Interrompe a pergunta) Zé Walfrido que seria meu candidato a governador...

- O senhor nega então que estava sendo pressionado pelo Zé Walfrido e os deputados para formar seu próprio grupo? O senhor foi ao Adauto...

- Não, não. Não é que eu estivesse sendo pressionado para fazer meu próprio grupo não. Não, não. Porque se eu quisesse, eu receberia todos do Virgílio. Todos iriam naturalmente pra mim. Não houve rompimento não. O que houve - é isso que o Ceará precisa saber - havia esses problemas como ainda existem até hoje. Num município, você tinha, deputado do Virgílio, deputado do Adauto, deputado do César, deputado do Gonzaga. Mas, na verdade, o estremecimento maior foi pela questão nacional, quando eu tomei opção muito antes, com menos de dois anos de governo, de apoiar Aureliano [Chaves, vice-presidente do ex-presidente João Figueiredo]. (...)."

Pois é, caro leitor!

Estas são palavras do ex-governador Gonzaga Mota, o último a governar o Ceará antes do início da "era das mudanças" comandado pelo também ex-governador Tasso Jereissati (PSDB). Aliás, Totó rompeu com os coronéis para apoiar o tucano, isso por volta de 1985.

Nesse sentido, se o nosso José Walfrido Monteiro não tivesse partido tão prematuramente, ele com certeza seria o candidato oficial do então governo e não o ex-governador Tasso Jereissati. Mas, infelizmente, o destino nos reservou uma proeza nada agradável.

E, com isso, o Icó deixou de ter um candidato ao Governo do Estado, após a oligarquia do ex-governador icoense Antônio Pinto Nogueira Acioly. A verdade é que, com todo o aparato estadual, o nosso José Walfrido Monteiro teria sido sim governador do Ceará. Não temos nenhuma dúvida quanto a isso.

E você tem? Não se faz mais político em Icó como antigamente. Essa é que é a pura verdade!